Tudo é alegoria blasfemando realidades...
Tudo é sonho sem mão a segurar
Na margem não há réguas
Mais que a regra de falar ao silêncio dessas gritas
Falas sem
Devassar o instante
E criar o feito pelo dito
Sem a voz que o coordene
Pelos meios sem caminhos
Ou falar que nada fala
Já dizendo tudo em pausas
Ao parar por respirar
A partitura nos meus versos
Reversamente vistos
Condena à realidade aqueles que as lêem
Tateando como velhos
Da lustre lamparina
Veredas em passos tardos
Mas que nunca são medidas
Na mão de quem as vê
Eis o velho estratagema
Que reside no julgar e opor seus dissidentes
Pois verdade aí condena a tantas penas ancestrais
Aquele que mais segue de tardinha à fontana
Por ver no seu reflexo sua própria danação
Revê o céu por onde andam
Os mil milhões milhares
De seres que o medem sobre a água do olhar
E é este o meu cantar que tudo cria sem mentiras
De verdades, tão veríssimo lega a quem os ouve
Vital ensinamento:
Medir-se é morrer mas morra sete vezes
Aquele que ousar medir estas palavras
Com o tom de sua voz